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  • Foto do escritorCorre Brasil

Expectador no caminho de Fidipides

Uma nova experiência em Atenas, percorrendo o único caminho tombado da humanidade.

Um ano depois de completar a maratona original, voltei a Atenas para uma nova experiência. Dessa vez não estava nos planos correr pelo único caminho tombado da humanidade. Percorrer os passos de Fidipides desde Maratona até Atenas era missão para os 13 brasileiros que me acompanhavam. Eu tinha a incumbência de, além de observar essa jornada épica, apoiar e dar suporte a estes guerreiros. E assim seria feito! No domingo 11 de novembro despertei às 5 da manhã e ao invés de me armar de um par de tênis e um arsenal de gel, levei câmera e uma pilha de baterias extras. Vimos o sol nascer dentro de uma van, rumo à largada da maratona mais histórica do planeta. Do campo da Batalha de Maratona, 18 mil aventureiros se preparavam para a guerra que se trava com os pés. Sem a missão de cumprir a maratona, me coube observar os ares de apreensão e expectativa. Sofrer pelos outros é mais aflitivo do que a própria angústia pré prova.

Larguei sobre o ônibus da imprensa. Lado a lado com os atletas de elite. Atenção total à mecânica apurada e postura irreparável de quenianos e etíopes. A cada km vencido a mais de 20km/h, fica claro que a prova se disputa de formas diferentes para postulantes ao troféu e amadores contra seus próprios limites. No km 30 abandonei os jornalistas. Me esperava a honra de ser apoio de 13 amigos. Me coloquei ao lado do km 35, entre a pista e uma banca de jornal que vendia latas geladas de coca cola. A cada parceiro que se aproximava, me armava de uma latinha na mão e mensagens de incentivo na cabeça. Ver um rosto amigo depois de 3 horas de corrida é motivo para um sorriso. E essa mudança na expressão de cada um deles era o meu combustível para o próximo apoio.

Vi todos os meus parceiros vencerem a maratona original de peitos inflados, pela pista do histórico Estádio Panatenaico. Cruzei a linha de chegada com cada um deles.. não em corpo, mas em alma. Viver essa experiência me fez, se não um corredor mais rápido, um ser humano melhor! E isso me basta. Os elos de amizade que firmei no caminho de Fidipides são a prova de que todos os corredores devem, ao menos uma vez na vida, viver a experiência de ser o apoio de um maratonista. Espero que todos vocês tenham a chance de viver isso um dia também! Viva a corrida!


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