No mês da prevenção do câncer de mama, trazemos a história da Dai
para difundir a informação sobre a doença e alertar para a importância
da prevenção e do diagnóstico precoce.
Queremos pedir sua atenção a esse post, mesmo que você não seja mulher e tenha chegado até aqui por acaso, se existem mulheres em sua vida, este conteúdo é importante!
Nosso assunto hoje é sério e, por conhecermos nossas atletas e saber que elas são cheias de vida e se preocupam com sua saúde, criamos um conteúdo com algumas informações e um relato de corredora que superou o câncer de mama para, assim, educá-las quanto à seriedade do assunto e alertar em prol da prevenção.
O câncer de mama é o câncer mais incidente em mulheres no mundo, representando 24,2% do total de casos em 2018, com aproximadamente 2,1 milhão de casos novos. É a quinta causa de morte por câncer em geral.
No Brasil, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões. Para o ano de 2020 foram estimados 66.280 casos novos. Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, no período 2014-2018, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,5% do total de óbitos. A incidência do câncer de mama, bem como sua mortalidade, tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos.
O diagnóstico precoce aliado ao tratamento da doença traz, em grande parte dos casos, resultados positivos. É de extrema importância que todas as mulheres estejam cientes desses dados e tomem precauções por sua saúde. O autoexame e exames médicos (mamografia) periódicos são formas de monitorar o surgimento da doença e prevenir sua evolução.
Trazemos hoje o relato da atleta Daiane Ambrosio, que venceu o câncer de mama e conversou conosco em prol de difundir a prevenção da doença neste mês de campanha preventiva: Outubro Rosa.
Me chamo Daiane Ambrosio, tenho 43 anos, sou Fonoaudióloga e corredora desde 2013.
Por levar uma vida considerada saudável, tendo realizado diversas provas, inclusive duas maratonas. Ficar doente era algo que jamais imaginava na minha vida, ainda mais assim tão cedo!
Sempre tive o hábito de realizar exames de rotina regulares. Desde que comecei a consultar com o ginecologista na adolescência, nunca falhei um ano.
Em uma dessas consultas de rotina, em dezembro de 2019, quando estava aparentemente tudo bem, realizei os exames de sempre, incluindo a mamografia e a ultrassonografia de mamas. Os resultados saíram no início de janeiro de 2020 e a ultrassonografia sugeria a realização da biópsia de um pequeno nódulo na mama direita.
Eu, bem tranquila, realizei o exame solicitado... eis que, em 20 de fevereiro de 2020, veio o diagnóstico: Câncer de Mama.
Acredito que seja difícil descrever os sentimentos que tomam conta de você quando se lê algo assim, com seu nome no alto da folha do resultado. O diagnóstico é devastador do ponto de vista emocional, ao menos para mim foi.
O primeiro pensamento foi: Meu Deus! O que vai ser da minha vida agora? Vou morrer! Pânico, sensação de impotência, milhões de questionamentos insanos vêm à mente.
Então iniciei a saga de milhões de exames, confirmar o estágio que a doença se encontrava e qual seria o protocolo definido para cirurgia e o tratamento.
Por estar no estágio inicial – Grau 1 – soube que era um diferencial de “sorte” para todo o protocolo do tratamento que eu iria passar, em comparação a tantas mulheres que descobrem a doença em seu estágio mais avançado.
Mas passado o desespero e pânico inicial, consegui finalmente raciocinar e entendi que mesmo com medo tinha que me colocar a par do que estava passando, me informar e buscar ajuda.
Eu realizei uma cirurgia que preservou a mama, somente com a retirada do tecido canceroso. Após isso, foram quatro sessões de quimioterapia, quinze sessões de radioterapia e seguirei realizando hormonioterapia por mais cinco anos, com retornos regulares ao mastologista e oncologista.
Informação é necessário e fundamental, saber sobre seu diagnóstico e o tratamento médico. Mas não basta ficar sentada em frente aos médicos esperando receber as informações. É preciso correr atrás!
Vivendo tudo isso em minha vida percebi que, há uma linha muito tênue entre você ficar sentindo pena de você mesma, ou partir para ação fazendo parte do processo.
Eu, como paciente passando por este processo, o que mais poderia fazer? Como eu poderia me ajudar e ajudar meu corpo a se curar?
Encontrei muita informação boa e muitos conteúdos valiosos na internet. Você começa a buscar e as coisas começam aparecer... livros, dicas, workshops, acho que nunca li tanto em tão pouco tempo.
O câncer é uma doença multifatorial e não há uma só causa!
Durante todo o meu tratamento eu consegui fazer pilates e correr, mesmo que pouco. Para mim, me exercitar era necessário!
A corrida sempre me ajudou a esvaziar a mente. E passar por esse processo correndo, nos dias em que eu me sentia bem fisicamente, me trouxe força! Claro que respeitei as orientações médicas e, acima de tudo, o meu corpo.
Busquei também orientação nutricional e descobri o prazer de preparar meu alimento de todo dia. Procurei auxílio psicológico e, com isso, estou me reencontrando, me perdoando, me aceitando e sigo nesse processo, que é para a vida toda.
Estar próximo das pessoas que te amam e aceitar receber apoio, faz toda diferença. Acredito que a doença não é má, ela vem nos avisar quando erramos a direção.
No final das contas, falo sobre amor: amor a si próprio, à sua história, que inclui seu passado, aceitar sua vida e o que ela lhe trás sem medo do futuro.
À todas as mulheres desejo comprometimento com sua saúde, pois é uma doença silenciosa que não dá aviso prévio. Por isso, consultas regulares ao médico, cuidar da sua saúde mental, adotar um estilo de vida mais saudável com alimentação, exercícios e sono reparador, são pontos chaves para a prevenção e, caso necessário, ter, assim, um tratamento mais leve.
Esperamos que o relato da Daiane tenha plantado a semente da prevenção em quem precisa e, mais uma vez alertamos para o cuidado e a responsabilidade com sua saúde: cuide de você, de seu corpo, de sua mente... faça o autoexame sim, mas, não deixe de fazer suas consultas médicas e exames regulares. A prevenção e até um diagnóstico precoce podem salvar sua vida ou, em caso de necessidade de tratamento, aumentar sua qualidade de vida durante o processo e torná-lo mais leve.
Conteúdo:
Adriana L. Fort Marquez
Assessoria de comunicação e conteúdo
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